Palavras-chave: Estrutura, Segurança, Fertilidade

Ambiente: Outono, Montanhas, Grutas e Cavernas

Psicologia: Responsável, Consciente, Seguro, Pessimista, Possessivo, Limitativo

Anatomia e Fisiologia: Paratiroides, Esqueleto, Unhas, Dentes, Cabelo, Articulações, Intestino Grosso

Patologias: Prisão de ventre, Cólicas, Espasmos intestinais, Artrite, Calcificações, Problemas digestivos, Fadiga, Depressão, Linfa estagnada

Recomendações: Desintoxicação, Drenagem linfática, Massagem de tecidos profundos, Banho de imersão com óleos essenciais relaxantes, Exercício regular moderado, Plantas nervinas tónicas, Tónicas para o sangue, Plantas carminativas

Manifestações: Solo, Sementes, Fertilidade, Raízes, Planeta Terra, Mundo material, Sentidos, Dinheiro, Carreira, Casa, Minerais, Margens do rio, Toupeiras, Minhocas, Formigas

A Metafísica do Elemento Terra

A Terra é o elemento mais físico e material, responsável por estabelecer a estrutura e a forma, criando as bases para a manifestação da vida. É um elemento frio e seco, com uma tendência contrativa. O frio impede perdas de energia, enquanto o seco mantém a estrutura fixa e inabalável.

O fluxo contrativo do elemento Terra visa a consolidação e cristalização da energia, permitindo a formação de estruturas. Ao contrário do que muitos pensam, a estrutura material é um substrato de muita energia. No entanto, essa energia é altamente comprimida e difícil de mobilizar, tornando o elemento Terra ideal para armazenar energia a longo prazo sob a forma de matéria.

Na astrologia, a Terra está associada aos signos de Touro, Virgem e Capricórnio. No sistema hindu, relacionado aos chakras, a Terra é vinculada ao chakra raiz.

No ciclo anual, a Terra é representada pela estação do outono. Nesta fase, o Fogo perde parte da sua força, e a Terra torna-se mais ativa. A expressão de energia externa dá lugar à introspeção e à reconstrução estrutural e funcional. Durante este período, as aves migram para regiões mais quentes, as folhas das árvores caem, e os animais buscam abrigo, com alguns entrando em hibernação. A energia vital se volta para o interior, refletindo-se na manutenção da vida apenas ao nível radicular em árvores e arbustos de folha caduca.

O comportamento humano também se torna mais contraído e restritivo. As pessoas buscam o conforto do lar para se proteger das adversidades que se intensificam com os ventos frios, chuvas e tempestades. As reservas de alimentos, armazenadas na primavera, começam a escassear, tornando necessário o retorno à agricultura e ao trabalho na Terra.

A energia feminina deste elemento destaca-se pelo aumento do anabolismo e da fertilidade. Neste período, tanto a mulher quanto a Terra recebem sementes que podem germinar com sucesso.

A Terra representa a experiência prática e é responsável pela materialização, realismo e persistência. Está associada às formas e estabelece um estrato sólido que potencializa a manifestação e interação dos outros elementos. Na antiguidade, sabia-se que a forma criava a função; no modernismo, diz-se que a função cria a forma. Ambos os pontos de vista são válidos: forma e função são diferentes manifestações da consciência das coisas.

Anatomicamente, a Terra representa o corpo físico, o sistema esquelético, o intestino grosso, as paratiroides, as articulações, os dentes, os minerais e todas as estruturas sólidas do corpo. Representa também a capacidade regenerativa e a fertilidade.

No sistema humoral grego, a bílis negra era o humor gerado pela Terra e consistia num sedimento do sangue que continha a capacidade de assimilação de minerais como o cálcio. Era responsável pelas plaquetas e algumas proteínas envolvidas na cicatrização de feridas, sendo essencial para a formação e manutenção do tecido ósseo e do tecido conjuntivo. Além disso, a bílis negra era responsável pela manutenção do apetite e pela capacidade absortiva e contrativa do intestino grosso, que possibilita a reabsorção de água e minerais, contribuindo para a solidificação das fezes e a correta mobilização do bolo fecal.

Atualmente, não existe um fluido ou molécula que possa ser referido como bílis negra, mas a vitamina D, as plaquetas, alguns fatores de coagulação e algumas hormonas desempenham funções muito semelhantes.

Neste sistema, um indivíduo com uma elevada proporção de elemento Terra era denominado melancólico. Essas pessoas são introvertidas, estudiosas, filosóficas, analíticas, sensíveis e práticas. Normalmente, focam-se muito nas experiências e sensações vividas, necessitando de algo bem consolidado pela experimentação e pela ciência para se sentirem seguras em suas opiniões. Quando alcançam essa segurança, tornam-se eficientes, trabalhadoras e muito responsáveis.

Os melancólicos têm uma tendência natural a acumular stress e ansiedade, resultando em um temperamento nervoso. Os hábitos e práticas tendem a enraizar-se a tal ponto que acabam limitando a energia de se manifestar mais livremente.

O elemento Terra está muito associado à fase da vida adulta, onde surgem preocupações e uma tendência pela busca de experiências físicas e terrenas. É uma fase em que se destaca a sabedoria, um valor chave para o melancólico.

Os problemas mais comuns entre estes indivíduos são geralmente de origem nervosa. A energia do elemento Terra impede a movimentação livre do Ar e do Espírito, causando conflitos. Os nervos se estagnam, a comunicação falha, podendo surgir espasmos e problemas neuromusculares. O sangue precisa ser desintoxicado devido ao acúmulo de substâncias tóxicas, e problemas no intestino grosso são comuns. Cólicas, gases e inchaço no baixo ventre podem ocorrer frequentemente.

Para desenvolver o elemento Terra de forma saudável, é essencial superar a estagnação e limitações naturais deste elemento, prestando atenção ao mundo que nos rodeia. É fundamental reconhecer que existem diferentes energias que possibilitam a vida e que devem interagir entre si. Quando em harmonia, essas energias originam tudo o que vemos e experienciamos. Em termos práticos, é essencial manter uma alimentação equilibrada e hábitos de sono saudáveis.

O desafio deste elemento é aprender a libertar-se das suas limitações e confiar no mundo ao seu redor. É importante desenvolver a fé em algo superior e aceitar com gratidão o que essa energia traz. Essa crença espiritual permitirá a liberação de energias acumuladas, evitando que se tornem prejudiciais para as diversas dimensões do seu Ser.

O trabalho alquímico associado ao elemento Terra é a pedra filosofal. Com ela, o iniciado pode transmutar qualquer “metal inferior” em ouro, sendo a pedra filosofal compreendida como um símbolo relacionado à elevação da consciência.

Equilíbrio do Elemento Terra

As características frias e secas da Terra conferem-lhe tolerância ao que é árduo, difícil e rigoroso; no entanto, essa capacidade pode facilmente transformar-se em uma tendência, levando o indivíduo a perceber o mundo apenas sob essas dimensões. Para equilibrar-se, esses indivíduos muitas vezes precisam recuperar a esperança. É essencial experimentar coisas novas e alterar métodos tradicionais enraizados, sendo capaz de visualizar novas possibilidades de cura e regeneração.

Do ponto de vista comportamental, a Terra equilibrada resulta em um indivíduo apaziguador, protetor e sensual. É alguém muito responsável, com uma forte conexão ao mundo material, que controla bem seus gastos e sabe o que é essencial para si. Essas pessoas tendem a ser persistentes, práticas e focadas na parte física e experimental da vida, evitando cair facilmente em ilusões. A Terra traz força e resiliência, e é importante notar que é difícil enganar ou ludibriar uma pessoa com o elemento Terra equilibrado.

A falta de Terra origina uma série de problemas físicos. Nestes casos, a digestão torna-se muito delicada. Surgem problemas digestivos como cólicas, gases, distensão abdominal, inchaço, prisão de ventre e intestino irritável. Uma Terra reduzida leva à falta de energia retentiva e problemas nutricionais relacionados à fraca assimilação de nutrientes, destacando a falta de ferro, que pode causar anemia, e a falta de cálcio, que a longo prazo pode resultar em osteoporose. Além disso, podem surgir condições nervosas e neuromusculares, excesso de umidade nos tecidos, perda de massa muscular, letargia, hipoglicemia, transpiração excessiva e até perda de líquidos pelos tecidos. Um ponto-chave quando a Terra é fraca é a dificuldade e a lentidão na cicatrização de feridas.

Em termos psíquicos, um indivíduo com pouca Terra tende a apresentar dificuldades em aceitar a realidade, falta de clareza e momentos de contemplação.

Por outro lado, o excesso de Terra frequentemente se manifesta como uma variedade de sintomas ou patologias físicas. Os problemas incluem artrite, linfa estagnada, calcificações, depressão e tumores, podendo levar à perda de sensações sensoriais. O sistema digestivo é afetado tanto pela falta quanto pelo excesso de Terra. Com um excesso, a força retentiva é excessiva,

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