Estratificação: Masculino, Espiritual, Quente e Seco

Palavras-chave: Criação, Circulação, Atividade

Ambiente: Verão, Savana, Deserto

Psicologia: Ativo, Energético, Corajoso, Raivoso, Arrogante, Extravagante

Anatomia e Fisiologia: Fígado, Vesícula Biliar, Estômago, Sistema Nervoso Simpático, Glândulas Suprarrenais, Músculos, Metabolismo, Imunidade, Temperatura Corporal, Vitalidade

Patologias: Problemas na Vesícula, Hipertensão, Calores, Raiva Interna, Febre, Inflamações, Hipertiroidismo, Hepatites

Recomendações: Dieta fresca, Ambientes frescos, Atenção a condimentos fortes, Plantas Amargas, Plantas Adaptogénicas e Plantas Antioxidantes

Manifestações: Fogos e Incêndios, Relâmpagos, Cozinhar, Destruição, Construção, Transformação, Aquecimento, Agressividade, Exaltação, Paixão, Sensualidade, Purificação, Formiga-de-Fogo, Cobra-coral, Centopeia

A Metafísica do Elemento Fogo

O Fogo é o elemento da Vida que intermedia a criação e a destruição. Todas as coisas começam e terminam com o Fogo. Este é o elemento mais exterior e o maior emissor de luz, calor e energia. Promove o metabolismo catabólico, queimando ou consumindo substâncias para produzir e libertar energia. O Fogo mobiliza a energia do interior para o exterior, gerando ação. Representa a energia masculina e a iniciativa que provocam alterações no indivíduo e no mundo.

As capacidades metafísicas do elemento Fogo permitem a manifestação da vontade interior no mundo exterior, possibilitando a criação espontânea através dessa vontade.

Na astrologia, o Fogo manifesta-se sob os signos de Carneiro, Leão e Sagitário, e no sistema hindu baseado nos chakras, está associado ao plexo solar.

O Fogo é expresso pela estação do Verão, que apresenta os dias mais longos, quentes e secos. É também durante este período que surgem os frutos mais doces e os alimentos mais ricos em vitaminas e antioxidantes, essenciais para proteger o organismo dos radicais livres causados pela queima excessiva do Ar, que produz Fogo e pode ser prejudicial ao nosso corpo.

Anatomicamente, existe uma forte associação entre alguns órgãos do corpo humano e o Fogo, sendo que sua expressão máxima ocorre no fígado e na vesícula biliar. Outras partes fisiológicas relacionadas ao Fogo são as enzimas e secreções digestivas, assim como o tecido muscular, que, quando ativo, contribui indiretamente para a manutenção da temperatura corporal.

O fígado é o órgão responsável pelas manifestações do elemento Fogo, que também governa todo o sistema nervoso simpático. Quando exacerbado, este elemento provoca a dilatação da pupila, aumenta o ritmo cardíaco, dilata os túbulos brônquicos, estimula a transpiração e as glândulas sudoríparas, promove a conversão de glicogénio em glucose no fígado, diminui a atividade do sistema digestivo, estimula as glândulas suprarrenais a produzirem adrenalina, induz a contração vaginal e relaxa a bexiga.

Além de todas as reações dependentes do sistema nervoso simpático, o Fogo desempenha papéis importantes no metabolismo e na imunidade. Ajuda a manter a temperatura corporal e a vitalidade física, induzindo um tipo de energia defensiva que nos protege de influências externas que poderiam afetar nossa saúde.

Por outras palavras, quando o Fogo é fraco, a imunidade é baixa, permitindo a entrada de energias externas que não pertencem à mesma frequência do nosso corpo e que precisam ser purgadas, pois não ressoam com os comandos superiores da nossa consciência.

O elemento Fogo também auxilia na digestão dos alimentos. Ele “cozinha” e quebra em pequenas partículas o que consumimos, permitindo que seja absorvido pela ação contrativa e absortiva do elemento Terra. É o Fogo que refina e transforma minério bruto em metais preciosos, moldando-os conforme as necessidades de cada um.

No antigo sistema humoral desenvolvido pela medicina grega, os indivíduos de Fogo eram chamados de coléricos, sendo a cólera ou bílis amarela o seu humor predominante.

Nesse sistema, o indivíduo colérico apresenta uma digestão rápida e eficaz, além de uma tendência a estados febris intensos e inflamações exacerbadas. Podem apresentar um tom de pele avermelhado ou amarelado, relacionado à sua elevada atividade metabólica e natureza catabólica. Normalmente, são ativos e dinâmicos, magros, mas com músculos definidos, ou ganham massa muscular com facilidade ao se exercitarem. São excelentes atletas, com facilidade para controlar o peso corporal e boa aparência física.

Além disso, o indivíduo de elemento Fogo é frequentemente visto como uma pessoa ativa, energética e corajosa, cheia de paixão, com capacidade para enfrentar grandes desafios. No entanto, em desarmonia, pode manifestar traços negativos como raiva, arrogância, extravagância e tendência à destruição.

O desafio desse elemento é aprender a controlar sua chama intensa e escolher as batalhas que realmente valem a pena.

Na alquimia, o elemento Fogo é tradicionalmente associado ao isolamento do Flogisto, que defendia que os corpos combustíveis possuíam uma matéria com o mesmo nome, ou ao Alkahest, um hipotético solvente universal com o poder de dissolver qualquer substância, incluindo o ouro.

Equilíbrio do Elemento Fogo

Quando equilibrado, o Fogo induz no indivíduo um comportamento sociável e uma interação saudável com os outros. É um elemento que impulsiona a paixão, a criatividade e a intuição.

Quando o Fogo está enfraquecido, todo o organismo é afetado. Normalmente, os sintomas surgem como fadiga, possível anemia, libido baixa, hipotiroidismo, sensações de parasitas intestinais (que podem ou não ser reais) e, em um nível mais mental, falta de inspiração e criatividade.

Nestes casos, o frio invade os tecidos, atuando como um agente patogénico que debilita o indivíduo. Geralmente, há também digestão lenta e enfraquecida, perda de tonicidade muscular e um sistema imunitário debilitado. A aparência física também muda; a coloração vermelha desaparece e a palidez invade a pele. Ao mesmo tempo, as expressões faciais tornam-se ausentes, dando a impressão de apatia.

A nível psicológico, quando o Fogo é fraco, surgem dificuldades em expressar ideias e opiniões aos outros, além de uma falta de ânimo que pode ser generalizada ou afetar uma parte específica da personalidade. Pode ocorrer a falta de entusiasmo e dificuldade em buscar novas atividades que cativem.

Quando o Fogo é excessivo, surgem problemas físicos como doenças cardíacas, hipertensão, nervosismo, raiva, febre, inflamações, erupções cutâneas, refluxo ácido, doenças autoimunes ou até mesmo hipertiroidismo. Em geral, doenças e problemas que têm uma exacerbação nervosa ou um aspecto avermelhado estão associados ao elemento Fogo exaltado. Este elemento, quando descontrolado, invade espaços que não lhe pertencem.

A nível psicológico, o Fogo excessivo manifesta-se principalmente sob a forma de ansiedade, dificuldade em se acalmar e propensão a conflitos. A pessoa tem dificuldades em ouvir e compreender as opiniões dos outros, bem como em consolidá-las e aceitá-las. Ao contrário do indivíduo com Terra excessiva, que pode ficar estagnado em seus pensamentos diante de opiniões contrárias, o indivíduo de Fogo excessivo pode partir para novas ideias não fundamentadas como forma de rejeitar o que lhe é sugerido.

O indivíduo de Fogo deve trabalhar sua relação com os outros, aprendendo a ouvi-los verdadeiramente. Às vezes, pode ser útil silenciar alguns pensamentos e ações, permitindo que os outros tenham a oportunidade de se manifestar e expressar suas opiniões.

É necessário que o indivíduo de Fogo acalme e domine sua vontade e desejo de criação. Essas virtudes, que ele claramente domina, são aliadas, mas também podem ser desgastantes.

O Fogo pode ser equilibrado pela Água, que representa uma energia mais feminina, permitindo a aceitação do mundo e uma atitude mais passiva e receptiva à realidade, e pela Terra, uma energia feminina que possibilita a interação com o mundo físico e foca na experiência prática. É fundamental analisar cada caso individualmente para determinar qual energia deve ser trabalhada.

Todas as técnicas que utilizam a intuição são benéficas para o elemento Fogo, pois aproveitam suas capacidades. Mais do que isso, movimento e prática são palavras de ordem.

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